São Paulo – Por volta das 15h de segunda-feira (19), o céu escureceu e o dia virou noite em várias regiões do Estado de São Paulo. O cenário incomum resultou de uma combinação igualmente rara: a chegada de uma frente fria carregada de umidade no litoral paulista e a espessa fumaça da pior série de incêndios florestais já registrados no Brasil em sete anos.
Há duas semanas, florestas e matas ardem em chamas nos estados do Norte, se estendendo pelo Acre, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, incluindo áreas da Amazônia e do Pantanal. O incêndios já atingiram a tríplice fronteira entre Brasil, Bolívia e Paraguai, consumindo mais de 20 mil hectares de vegetação.
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o número de focos de incêndio florestal aumentou 82% entre janeiro e agosto de 2019 na comparação com o mesmo período de 2018. Entre os dias 1 de janeiro e 18 de agosto deste ano, foram registrados 71.497 focos de incêndios, 82% maior do que o mesmo período do ano passado (39.194 focos). A última grande onda é de 2016, com 66.622 focos de queimadas entre essas datas.
A Amazônia é o bioma mais afetado, com 51,9% dos casos, seguido do Cerrado, com 30,7% dos registros de queimada. Preocupados com a situação, muitos brasileiros se unem em coro nas redes sociais para cobrar do governo federal uma resposta à crise. Ativo nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro ainda não emitiu nenhuma mensagem sobre os incêndios. O silêncio do presidente levou o assunto “E a Amazônia” ao topo dos tópicos mais comentados desta terça-feira no Twitter Brasil.
Comentários
Postar um comentário